Fazer um histórico da vida é interessante. Nós que temos um blog, um diário ou qualquer coisa aonde se possa visualizar os acontecimentos de maneira mais clara, percebemos que existem fases boas e fases não tão boas na vida. Hora estamos em harmonia com o universo, em outro momento em completa rebeldia com o mundo.
Eu tenho orgulho de perceber que vivi de maneira intensa todos esses momentos. Sempre coloquei a cara na frente para que a vida me mostrasse as respostas, fossem elas boas ou ruins. Talvez a idade nos ensine a encarar os acontecimentos de maneira responsável e corajosa. É o famoso "pagar para ver". O sofrimento acontece para todo mundo, mesmo para aquelas pessoas que insistem em ficar na sombra, se defendendo de tudo antes mesmo das coisas acontecerem.
Cada um enfrenta seus medos da maneira que acredita. Respeitar isso também é uma ato de coragem e devemos sempre aceitar opiniões diferentes das nossas, atitudes contrárias e covardes, sentimentos rasos e sem gosto de vida! Cada um escolhe o seu caminho. Afinal de contas, cada caminho é apenas uma programação de atividades PERT/CPM ( Program Evaluation Review Technique/ Criticl Path Method)
PERT/CPM é um método utilizado em vários setores , principalmente em engenharia, onde pode-se visualizar com mais simplicidade a interdependência das atividades programadas. Exemplificando no mundo real: Você acorda e tem duas opções: Dormir de novo ou tomar banho. Se optar por dormir você pode sonhar ou perder a hora. Se optar por tomar banho, você pode tirar a roupa ou se afogar no chuveiro ( claro...dependendo do seu humor matinal ), se optar por tirar a roupa você pode morrer de frio ou entrar no chuveiro, se optar por se afogar no chuveiro você pode morrer afogado ou pegar um resfriado e assim por diante.
Sendo assim, olhando de uma maneira fria e calculista, como todo empresário do mundo lógico e matemático, a vida é uma grande seqüência de duas opções pré-programadas.
Parece esquisito? Tem muita gente que vive assim. Só dá o próximo passo se puder ter uma visão previsível dele. Não arrisca, não coloca o rosto no vento, não abre o coração. Posso ser radical nesse ponto, mas para mim isso só tem um nome: Covardia. Mesmo que pareça uma atitude nobre e segura, é covardia ter medo de sofrer.
Como disse Carlos Drummond: " Definitivo como tudo que é simples, a dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram... cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade..."
As vezes me sinto cansada por ser tão transparente e sentimental, mas viver intensamente cada momento me traz uma sensação maravilhosa de que sem riscos, sorrisos e lágrimas a vida não vale a pena ser vivida. E hoje, olhando para trás, percebo que os caminhos que escolhi, embora não tenham sido meticulosamente planejados, me levaram para um final feliz.
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