domingo, 20 de novembro de 2011

Stevenson




Quem nunca ouviu falar do famoso “O Médico e o Monstro”? Poucas pessoas, acredito. A história se passa em Londres, onde o misterioso médico  Jekyll consegue, após vários estudos, criar uma poção mágica que transforma sua personalidade. Soa familiar? Claro! Foi obra inspiradora de muitos filmes e desenhos animados. O próprio Piu-piu, em um de seus episódios inesquecíveis junto ao gato Frajola, bebe da famosa fórmula e transforma-se em um gigante pássaro amarelo de hábitos nada simpáticos. Outros filmes como Van Helsing e Mary Reilly foram adaptações da mesma obra para o cinema.

Robert Louis Balfour Stevenson nasceu em Edimburgo, capital da Escócia. Filho de engenheiro civil, era pressionado pelo pai a seguir mesma carreira, mas a saúde debilitada e a fraca inclinação para a área fizeram com que decidisse pela faculdade de Direito, onde escreveu para o jornal universitário, oEdimburgh University Magazine, revelando seu gosto e talento para a arte e literatura. Em 1886, na Inglaterra, publica a obra que o torna celebridade, também do outro lado do Atlântico: “O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde”.


Sempre adorei a história, mas nunca havia chegado às minhas mãos, o original de Stevenson.

Confesso que fiquei emocionada. Eis que me deparei com uma obra fantástica, onde a riqueza de cenários e sensações me tiraram o fôlego. É como se o autor nos levasse em um passeio pelos ambientes sombrios e nos apresentasse seus medos e anseios de maneira verdadeira, drástica, cruel. Um espetáculo! Antes, em minha memória, Jakyll se transformava em Hyde: Um monstro aterrorizante, cabeludo de dentes afiados e olhos vermelhos. Ledo engano. Hyde, na verdade, simboliza o lado carnal dentro de cada um de nós. O personagem traduz, em palavras, nossa luxúria, rebeldia, insatisfação por tudo aquilo que faz parte da conduta moral. De monstro, não tem nada... Somos todos uma mistura, um perfeito mosaico, onde o bem e o mal convivem, em alguns, de maneira harmônica. O livro nos leva a reflexão, por caminhos lindos, de tão bem escritos.

Certa vez, um velho Índio (nome desconhecido) ao descrever conflitos internos. " Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar." Quando então lhe perguntaram. Qual dos dois cachorros ganharia a briga. O sábio índio, refletiu e respondeu. " Aquele que eu alimentar."

Mais que um romance impactante, Stevenson, sem dúvida, soube descrever, como ninguém, os conflitos internos e seus personagens, embora nascidos das páginas de um livro, são verdadeiros reflexos de nossa frágil condição humana.


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